Sunday, May 27, 2007

"You put a strength in me
I knew something was missing
Just take me everywhere you go...
So much what I was looking for
Here are you filling up my life
My life..."
ecoa ao longe...
I
Como recentemente li numa legenda :"just because you can't prove it, doesn't mean it's not true"... Assim decorrem os dias... sem provar, para quê? Quando é tão evidente? Ou talvez não seja...
Só porque não tenho provas de dor não significa que não esteja presente, que não circule dentro de mim, que não me tenha absorvido na totalidade e não me tenha roubado qualquer capacidade de sentir... A gruta de Ali Babá já não tem senha, o Abracadabra deixou de ser uma palavra funcional, pode ser cravada na pedra vezes sem conta, mas a gruta não reage... Lá dentro, ninguém, ecos de uma qualquer voz, respiros de gotas de água que pingam do tecto para o chão, reentrâncias de um pequeno riacho que já não passa por ali... um pequeno deserto...
Ouve-se o vento...Vem não se sabe muito bem de onde, mas nada traz consigo... Uma aragem tépida...
Os dedos dormentes... Começou por uma pequena comichão na ponta dos dedos, que se estendeu ao interior... A dormência deu lugar ao deserto, como se do Grand Canyon se tratasse... Palavras soltas, sorrisos distantes...Pausas...silêncios...Paragem de olhar...Distracções...
Fisicamente presente, amorfamente...
Interiormente, ausente...
Aragem abafada...
Sufoco deposto...
Nenhuma expressão no rosto...
Máscaras de carnaval, fogo de artifício
nada estival...
my life,
la vie,
la rose decedée...
II
paralesia...
no meio do rio, sempre no meio... sem margens... outros em cada lado...
no meio, eu...
alguem disse teu?
nada oiço...no meio...
fico...descanso...repouso...
uma gruta...um deserto...
ecos de uma canção...
uma letra...palavras que escuto sumidas nas paredes...
alguém canta...ao longe...
então,
senão,
pedra sob pedra...
diria um dia Fedra...
Um Labirinto...no centro...
um quadro extinto...
esse deserto...
cheiro a queimado...
cinzas de algo que ardeu...
no fundo, eu...
III
no meio... como se fosse compreensível ao escrutinio desse mundo, desse lá fora...
no meio...como se fosse um nome estranho para as margens...
no meio...é a minha parte, onde estou...
no meio, não quero saber...
aqui fico...
no meio, e depois?
Como diria Mr.Clooney:
In between, what else?
yes it is Mr.Clooney, what else?
Or shall i say: Like i give a damn...

Sunday, May 20, 2007


angkor wat, part one...

one of the 7 wonders of the world...a temple surrounded by water, a strim of beauty not only photographically but monumentally and spiritually...

there you can hear the local children play,
the ladies sing ancient words,
the men shout for bargains,
the tourists footsetps,
the eco of silence...
enjoy the silence you may
locked inside
a place where i would love to stay
instead of my own tomb...
maybe one day
when my backpack is ready i'll go
camera on my lap
come what may
i shall travel there and hope to stay...
a silence i need
a lock i want to see
maybe to place mine to be...

this picture taken on sunset slide
the cloudy sky folding his arms around angkor wat
protecting or covering the already silent walk
of an evening breeze, what?
no words just whispers
the gods taking your hand
a guided tour inside
where you should stand...
an image of beauty,
inside is true,
there you should sit
there you should lock
the stone shaped face
is mine there to grace...

Monday, May 14, 2007

the sadness in my eyes
no one guessed
or no one tried...

choro. choro compulsivamente. choro até as lágrimas sufocarem a minha agonia. choro até as lágrimas se derramarem sobre o meu batimento cardiaco. Pressiono o meu rosto contra a almofada para abafar os uivos de agonia. Abafo o ruido da minha dor para não se estender ao resto da casa. fica apenas o eco no meu quarto, o eco entre quatro paredes que se dobram sobre mim e me impedem de adormecer.
talvez seja a violência nip/tuck ou talvez seja apenas as baterias a acusarem o limite da sua reserva.

de manhã encho o peito de ar e permaneço o dia todo sem respirar. nem sequer quando faço uma pausa para um cigarro e saio para a varanda. por muito ar que ai se respire. não é o meu. eu não respiro. continua assim, sustendo a respiração. todos os dias, ao final do dia, solto o ar inalado e já nem a sensação de alivio me vale. continuo sem respirar.

recordo-me de Dracula de Bram Stoker em que o personagem de Keanu Reeves se vê sucumbido às ninfas das trevas que lhe esvaziam o corpo de sangue. Assim sou eu, diariamente. gota após gota, a grande refeição é o mar vermelho. talvez doce demais. no verão são as melgas. no outono e inverno as sanguessugas. na primavera os vampiros. parece quase um paradoxo, uma vez serem criaturas soturnas, ou talvez não. gostam do sol, apenas não se aproximam dele. para viver necessitam antes dessa outra cor que simboliza vida: o vermelho. escondem-se por entre aparências de "politesses" mas o que pretendem é isso mesmo: o vermelho. O vermelho do meu sangue, gota a gota.

já não tenho forças que me sustentem. pequenos pedaços de mim saiem e não voltam. todos querem uma parte de mim. assaltam-me. e eu ao vazio fico condenada...

pesadelos assombram-me o sono, como se estivesse no castelo das trevas. presa ao longe quando o seu coração vive em Londres e por Dracul. Antes fosse a personagem entregue às ninfas e que bebessem todo o meu sangue... ao menos estaria a dar-lhes vida, ao invés de aos poucos me roubar a minha... a dor que carrego a meu peito pesa mais que o meu próprio corpo... tonelada após tonelada... quem sabe se com tanto peso, não me transformo mesmo em pedra?

talvez... ainda assim as pedras também vertem lágrimas.
ou simplesmente: também choram...

Monday, May 07, 2007

por la calle...otra vez...

Fazer as malas e ir até ao aeroporto. No painel o voo vai sair a horas. Pena é chegar tarde, mais uma hora que em Lisboa... Mais uma hora... Não pesa quando se sai do dia-a-dia, quando se quer arejar, quando se quer fugir por uns tempos que seja. Uma hora a mais, pensamentos a mais também. Não adianta o número de viagens se no interior as horas estão trocadas e os minutos embaralhados. Não adianta, mas suspende-nos num qualquer lugar nem que seja por pouco tempo.

As ruas estão cheias de vibrações, facilmente captadas por quem passa. Desde o velhinho, sentado na paragem do autocarro que nunca mais chega e que, de olhar melancólico, espera, passando pela correria das Ramblas, com indianos a vender tudo e mais alguma coisa, até à brisa da marina, com as vozes do mediterrâneo a chegarem até nós... Tudo vibrações que nos percorrem os sentidos como se explorassem um novo território... Novo lá fora, velho no interior. Velho no interior porque provavelmente nunca saio do mesmo sitio... Ou talvez velho no interior porque na bagagem levou consigo tudo o que era suposto ficar para trás...

O regresso, seja de onde for, é sempre mais complicado. Um rosto com mais linhas ao longo dos olhos. Há quem diga "rugas", eu prefiro dizer "linhas", porque afinal tratam-se de linhas, que marcam os percursos feitos, uns mais acidentados que outros, e por isso mais profundos na marca, e outros mais suaves que deixam, por detrás das cortinas do palco, ver, de relance, o rosto que os suporta.

Regressei. Pelo menos fisicamente. Interiormente fiquei perdida, como qualquer bagagem. Não sei muito bem onde, mas por lá, onde quer que esse "lá" seja, fiquei. Acordo com o despertador mas não desperto... Continuo a dormir... De dia até à noite os mesmos passos, as mesmas expressões, a minha voz caída... Regressei. Comigo regressou tudo o que foi na bagagem e no check-in veio muito mais. Não acusou excesso de peso. Talvez não devesse. Ou talvez seja mesmo o hábito.

Ligam-me. Tentam perceber o que digo ou o que sinto. As ligações cruzam-se ou são intercaladas por longos silêncios, os meus. Faltam-me as palavras. Esgotei cada letra em construções frásicas sem conseguir "sentir", ou fazer "sentir". No papel é mais fácil. Tudo flui com liberdade própria... Não a minha... Se é que posso falar de minha... Por ser tão difícil escrever, é que me sufoca a facilidade de falar. Fico a ouvir. Resguardo-me no meu silêncio, mais doce de suportar que as vozes... Vozes de conselho, de ideia, de opinião, tudo abstracções...

Uma ferida aberta. Bem profunda. Nem a mais bela composição vocal a poderia fechar. Tal como Teseu teve de cortar a cabeça de Medusa, para não petrificar ao seu olhar. Falta esse olhar... Quem sabe se o sangue que brota, gota a gota, destruindo lentamente a mais doce sincope cardiaca, não ficaria assim imóvel...

Uma ferida aberta. bem profunda. uma voz de angustia. uma alma soturna. de dia ou de noite, perde-se no escuro. luz que se foi... coração que se esventra... o tempo...mais informação mas não retira nunca o rasgo, o peso que fica na bagagem...

regresso...

Wednesday, May 02, 2007

numb...

in heavy rain day
my heart beats slow
short breath
life leaving my body
yet not resting
still numb
beast devouring
nothing is left
me unsure
nothing else able to endure
empty glass of wine
filled with vodka lime
drop after drop
my anguished existence
a one way street
self-destruction for resistence
my wrists tied up in pain
burning across my inside
nowhere to go
nowere to hide
but in alchool stream ride...