Tuesday, December 18, 2007

Sometimes the light needs to break...

The Cinematics chegam de Glasgow, na Escócia, para nos trazerem sonoridades rasgadas de batida pós-punk e algum tom soturno. Basta ter em atenção a voz do vocalista Scott Rinning, que aparentemente escondida atrás de riffs de guitarra, parece gritar em colocação suave e delicada. Com influências como os The Cure e os Echo & the bunnymen tentam fazer o seu próprio caminho que começou em 2003, quando a banda se formou. Em 2005 já andavam em tournée com os Editors e passaram por cá este ano no Festival Sudoeste. Embora discreta foi uma passagem que ficou no ouvido, como este Break... Resta esperar por mais destes quatros senhores de kilt...

Monday, December 17, 2007

"If my heart wasn't as fragile,
if its passed beat didn't run at your step,
do you think you would notice how much of a fool I am?
doing too much, saying too much
doing too little, saying few, words as such

If my deadly sin is to make a fool out of myself,
if my mouth goes on and on without speaking,
then I sin everyday when I'm silent
In my absence of words, my whole
In my verbal nonsense, my feelings role

If I am,
If whatever is left of me is something of sorts,
no armour is visible
no hidden place
just a silly soul
saying: If I am, I am yours."


V



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Sunday, December 16, 2007

The gift-wrapper

"Once upon a time there was a tiny little elf that wrapped gifts. Every year he worked round-the-clock to have Christmas presents ready. He chose every wrapping paper meticulously, never left anything by chance, not even the bows he personally designed for the ocasion. Big packages, small, round, curvy, he managed to create an original look for each and every single one of them. Then he would pick up a pen and write a message, a small card he'd drawn from his imagination. No one was left without a few caring words. But one day, he felt as if he add lost something. No matter how much gifts he had wrapped, something was missing. He put the pen down and went to the window to see the snow. Snowing, how beautiful it was. Then he realized: like a snowflake is beautiful by itself, so should the gifts.
He picked up the pen again and wrote in his small book of thoughts: the one thing I have and that needs no wrapping is my heart. And in my words he lives.
Then he began sending the gifts, unwrapped, just painted with his words."

based on a true heart

V




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Wednesday, December 05, 2007

Era suposto começar a escrever qualquer coisa mas a página em branco tornara-se assustadora. A possibilidade não lhe metia medo, roia-lhe antes as unhas a cada nova linha. Pegava na caneta, escrevia uma frase e riscava. Voltava a escrever. E voltava a riscar. Atabalhoadamente, a raiva de não conseguir juntar um conjunto de palavras que sentisse como suas ou pelo menos que dissessem alguma coisa "de jeito". A posição na cadeira era incómoda, os papéis amarfalhados no chão apinhavam-se, o gesto de passar a mão pelo cabelo repetia-se, entediante. Aos poucos os pensamentos vagueavam para a rua, não importava que rua, apenas uma rua. Na placa o nome. Não conseguia ler. Imaginava antes uma mansão do século passado plantada por entre as arcadas de vegetação que a envolviam. As paredes gastas, abrigo de ervas em gesto de abandono. Uma piscina vazia. Paralelamente, uma estrada. Carros de um lado para o outro deixando para trás a sua sonoridade baça. Um sonho. Uma diva de filmes quiça de uma época distante, quando cinema era apenas um recreio de crianças, onde tudo era por amor à película. Alguém vocifera sorrateiramente: é aqui. O telefone de orelhão antigo toca como uma campainha. Uma voz ouve-se deste lado: "não mora ninguém aqui. não estou aqui. estou aí." Do outro lado alguém procura alguém. Ouvem-se passos. É uma mulher. De saltos altos parece percorrer a casa, devagar. Por instantes pára. Retoma o passo que se torna cada vez mais próximo. Assustadoramente mais próximo. Ao fundo do salão a grafonola começa a tocar, ouve-se apenas estática. De repente as luzes acendem e o salão está cheio, de homens e mulheres elegantemente vestidos. Todos dançam. Uma voz: "a estrela que foi perdeu-se por entre publicistas arrogantes e páginas de jornal insidiosas..." No entanto dança, imperturbável. Como se nuns meros passos de dança se definisse toda a sua garra e determinação. Ria-se desinteressadamente. Sorria quando lhe elogiavam o aspecto de petite gamine française. Fica tudo às escuras. O reflexo da lua atravessa o salão com toda a sua intensidade. Não há ninguém. Ouve-se apenas a estática da grafonola e uma voz: "Mr. De Mille I'm ready for my close up..."

Vesper E

Sunday, December 02, 2007

Silencio...