Tuesday, January 12, 2010

Wild Thing




Have you ever dreamt of a world where you could be yourself? Where you could make mistakes and not be judged by them? Where you could Grow up ?

That world exists in "where the wild things are".


E se esse mundo estivesse ao alcance de um fechar de olhos?

Para já quero apenas inaugurar este ano novo, com um novo post, depois de uma ausência prolongada. Digamos que o parto foi difícil, mas o pretexto reúne as condições necessárias, numa pequena obra de poesia visual e narrativa.

O mundo dos adultos é demasiado complexo e cheio de nuances obrigando a vista a adaptar-se nem que seja ao recurso de lentes cada vez mais graduadas. Mas para alguém que vê com a imaginação e sente com a força palpitante da alma, não são precisos nem óculos, nem graduações, mas apenas intensidade.

O novo filme de Spike Jonze abre a porta para esse mundo: pintado com a intensidade da imaginação e sentido com a força da ingenuidade que apenas pede para ser partilhada. Max é uma criança com uma imaginação fértil. Talvez por se ver obrigado a brincar sozinho. Ou apenas por querer criar um lugar só para ele, onde tudo faz sentido, mesmo os erros cometidos. Porque as relações são como o sangue, vermelho, e fervilham com os sentimentos e se ferem com palavras ou com a sua ausência, "Where the Wild Things Are", goza com as palavras, destrona o sentido e mostra a verdade sentida e escrita. Os grandes contos começaram assim, contados na oralidade e, por isso, mais próximos do compasso cardíaco. É esse ritmo que falta às nossas histórias. Por muitos erros que se cometam, falta-lhes ritmo, como se tudo estivesse envolvido por um "forte" de inércia.

No filme, o forte que pretende proteger, magoa, como os grandes amores. Porque só assim se cresce e só assim se vive, com a intensidade além palavras, além feridas, e porque o equilíbrio está no todo e não nas partes.

Max regressa a casa. Como todos regressamos, errando mais, amando ainda mais...