ACT ONE
Olhando para o cartaz de Marie Antoinette, percebo mais facilmente essa necessidade de encontro a sós. Sim, porque na linguagem cinematográfica de Sofia Coppola, só mesmo a sós. A sós cada imagem, mesmo em modo "mute", é rica em sabores e predispõe-nos a saboreá-los. Mais que isso, a senti-los. Depois vem o lado musical. E aí Sofia conduz a sua orquestra como um verdadeiro "maestro". A escolha não é aleatória. Marie Antoinette é Sofia e Sofia é Marie Antoinette. Assim também as canções acompanham essa duplicidade, de uma menina-mulher.
Muitos críticos voltaram a decapitar a corte de Versailles apenas pela ilustração Pop de um espaço poeticamente barroco. E desde quando a linhagem real esteve desprovida de Pop? A questão passa pela actualidade. Actualidade: sermos humanos. Ou julgamos nós que por fazerem parte da corte, os personagens de Marie Antoinette são menos humanos e estão mais próximos de um qualquer deus? Nada de "pigeonholing" que não só nos fica mal como não tem lugar cativo no que podemos chamar de "humano". É disso que se trata: sangue, vida.
Nas palavras de Marie Antoinette: "Isto é ridículo". Pois que assim seja. Se é ridículo encaixar New Order ou Siouxie&The Banshees numa época barroca ou ver uma Marie adolescente de carne e não uma dondoca sem sal, então que seja. Aliás, sejamos todos ridículos.
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