durante o son(h)o...
"Tinha medo de adormecer. Assim que fechava os olhos, passado o tempo necessário para entrar na fase R.E.M, cenários distantes, cortinas de cor imperceptível, vozes ausentes, a seus espectadores olhos, se revelavam. Apenas conseguia sentir o aperto no peito que a sufocava, no son(h)o. A insegurança que a perseguia, qual Freddy Krueger e sua ameaçadora garra, desferia-lhe a tentativa de descanso, que era cada vez mais difícil de conseguir.
No imaginário morfeico, tudo parecia de uma realidade incontornável, o amor que vira desaparecer por não saber receber essa dádiva, por se fechar sobre si por medo de perdê-lo: eterno paradoxo entre não se achar merecedora, dificultando qualquer aproximação, e amar como sabia: desmesuradamente. As medidas sempre as havia associado à culinária, uma utilidade. Os seus sentimentos, impossíveis de medir... E frequentemente, incapazes de qualquer controle. A impulsividade corroia-lhe os nervos.
Ali, tudo lhe escapava por entre os dedos, mesmo a única coisa que resultava na sua vida... Corria... Continuava a correr... Debatia-se. Não podia fugir. Porque não se foge assim...
Nunca fugira de nada, a não ser dos seus demónios, que a atormentavam com ferocidade indomável, por vezes. Degladiava-se com a dor aguda que naquele instante lhe atravessava o coração. Sabia que o medo era o seu maior inimigo, e talvez por isso os demónios, no escuro, se alimentassem dele, qual Grinch e o espírito anti-natal...
Tinha medo, sim...
Mas gostava que se diluisse...
As cortinas corriam, com vida própria, as vozes sussurravam... Um som agudo feria-lhe os ouvidos...
O despertador...
Acorda. O coração ofegante, a respiração de batimento pesado. Não queria voltar a adormecer. Mas não podia escapar ao son(h)o... "
Vesper E
No imaginário morfeico, tudo parecia de uma realidade incontornável, o amor que vira desaparecer por não saber receber essa dádiva, por se fechar sobre si por medo de perdê-lo: eterno paradoxo entre não se achar merecedora, dificultando qualquer aproximação, e amar como sabia: desmesuradamente. As medidas sempre as havia associado à culinária, uma utilidade. Os seus sentimentos, impossíveis de medir... E frequentemente, incapazes de qualquer controle. A impulsividade corroia-lhe os nervos.
Ali, tudo lhe escapava por entre os dedos, mesmo a única coisa que resultava na sua vida... Corria... Continuava a correr... Debatia-se. Não podia fugir. Porque não se foge assim...
Nunca fugira de nada, a não ser dos seus demónios, que a atormentavam com ferocidade indomável, por vezes. Degladiava-se com a dor aguda que naquele instante lhe atravessava o coração. Sabia que o medo era o seu maior inimigo, e talvez por isso os demónios, no escuro, se alimentassem dele, qual Grinch e o espírito anti-natal...
Tinha medo, sim...
Mas gostava que se diluisse...
As cortinas corriam, com vida própria, as vozes sussurravam... Um som agudo feria-lhe os ouvidos...
O despertador...
Acorda. O coração ofegante, a respiração de batimento pesado. Não queria voltar a adormecer. Mas não podia escapar ao son(h)o... "
Vesper E
1 Comments:
Não tem que escapar, só tem que não se deixar afundar. E quando voltar à tona pode sempre agarrar-se aos laços que mantinha, para que não se quebrem...
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