Wednesday, May 13, 2009

hoplessness



ouvi pela primeira vez na RADAR, no desvio de Viriato 25...

Uma música de desvios, caminhos laterais, paralelos à auto-estrada. O caminho menos percorrido e que, fruto dos tempos, deixa estranheza na pele de quem ainda não se habituou à auto-estrada diária, de vidas a alta velocidade...

uma voz soturna, como esse caminho, iluminado por candeeiros de rua. luz amarelada, alanrajada, presença constante nas interrupções do meu pensamento, nas suas rupturas internas, nos seus desvarios, na sua voz ensurdecedora. faz frio. tenho frio. na minha cabeça. falta o calor de me sentir bem, de não sentir que tudo me pressiona a volta. quanto mais me gritam, menos eu ouço. quanto mais me querem outra, menos eu sou. quanto mais me empurram, mais eu caio. chega! chega desta animalidade de moldar as pessoas a supostos, chega de querer a perfeição, essa imagem criada à semelhança, chega de dever, de ter de ser, chega ! parar. é só o que quero, parar.

e ninguém me ouve.

apenas sigo a estrada, por esse caminho menos percorrido e ouço, o som de Blood Bank, uma música cheia de complexidades antagónicas, como eu. não sabia que tinha de ser linear.

chega!

agora é a minha vez, de ouvir.

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