"You put a strength in me
I knew something was missing
Just take me everywhere you go...
So much what I was looking for
Here are you filling up my life
My life..."
ecoa ao longe...
I
Como recentemente li numa legenda :"just because you can't prove it, doesn't mean it's not true"... Assim decorrem os dias... sem provar, para quê? Quando é tão evidente? Ou talvez não seja...
Só porque não tenho provas de dor não significa que não esteja presente, que não circule dentro de mim, que não me tenha absorvido na totalidade e não me tenha roubado qualquer capacidade de sentir... A gruta de Ali Babá já não tem senha, o Abracadabra deixou de ser uma palavra funcional, pode ser cravada na pedra vezes sem conta, mas a gruta não reage... Lá dentro, ninguém, ecos de uma qualquer voz, respiros de gotas de água que pingam do tecto para o chão, reentrâncias de um pequeno riacho que já não passa por ali... um pequeno deserto...
Ouve-se o vento...Vem não se sabe muito bem de onde, mas nada traz consigo... Uma aragem tépida...
Os dedos dormentes... Começou por uma pequena comichão na ponta dos dedos, que se estendeu ao interior... A dormência deu lugar ao deserto, como se do Grand Canyon se tratasse... Palavras soltas, sorrisos distantes...Pausas...silêncios...Paragem de olhar...Distracções...
Fisicamente presente, amorfamente...
Interiormente, ausente...
Aragem abafada...
Sufoco deposto...
Nenhuma expressão no rosto...
Máscaras de carnaval, fogo de artifício
nada estival...
my life,
la vie,
la rose decedée...
II
paralesia...
no meio do rio, sempre no meio... sem margens... outros em cada lado...
no meio, eu...
alguem disse teu?
nada oiço...no meio...
fico...descanso...repouso...
uma gruta...um deserto...
ecos de uma canção...
uma letra...palavras que escuto sumidas nas paredes...
alguém canta...ao longe...
então,
senão,
pedra sob pedra...
diria um dia Fedra...
Um Labirinto...no centro...
um quadro extinto...
esse deserto...
cheiro a queimado...
cinzas de algo que ardeu...
no fundo, eu...
III
no meio... como se fosse compreensível ao escrutinio desse mundo, desse lá fora...
no meio...como se fosse um nome estranho para as margens...
no meio...é a minha parte, onde estou...
no meio, não quero saber...
aqui fico...
no meio, e depois?
Como diria Mr.Clooney:
In between, what else?
yes it is Mr.Clooney, what else?
Or shall i say: Like i give a damn...
4 Comments:
Fisicamente presente, amorfamente...
Interiormente, ausente...
embora desconhecido, estarei presente se foô necessário...Força!!! Não obstante a dôr, as palavras são das mais fortes e belas que tenho lido por aqui, neste mundo, muitas das vezes superficial...
"Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio.
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!"
Sem Remédio
Florbela Espanca
Luís obrigada mais uma vez pela tua passagem por este pequeno "recreio" filmico, com palavras soltas. e obrigada pelas tuas palavras de força.
beijinhos
nem mais anita... tão bem disse e sentiu Florbela... não confundir com essa coisa andante que dá com os pais em matrafoes e os putos em histéricos que se chama floribela :P
espanca sentia assim... e tudo em mim se resume à primeira estrofe...
um poema a duas vozes... sylvia plath também ela assim...
thankx anita;)
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