Cafeína é bom é bom é...
"Acordara com um travo amargo...na alma. Talvez fosse o síndroma de segunda-feira, essa doença que ataca os fígados, mais até que uma dose amigável de gin tónico. Ou talvez fosse apenas a inquietação de existir. Teria de pensar seriamente no que faz, fará ou faria, como pretéritos constantes, como condição sine qua non... Palavra pomposa para referir sentido único. Sim esse sinal quadrado de fundo azul com uma setinha branca. Diria setinha e não seta, para de algum modo aligeirar a sensação de deriva.
Despertara ao som de um relógio estridente, pior que a corneta de um qualquer quartel militar de filmes de anos 70. Uma imagem exagerada de certo, mas a violência deste acordar autómato não se adequa a paninhos quentes. Ou a floreados. E muito menos açúcar. A não ser que seja no café. Doses absurdas de cafeína. Com açúcar. Meio pacote. Mas sempre com açúcar. O moer do café na máquina... Bem que se podia inventar cafeína a ser administrada de forma intravenosa, pensava. Mandar pra veia logo de manhã, assim é que é. Imaginava um anúncio para esse novo sistema. Um jingle bem piroso, uma fila enorme junto a um balcão... Homens impacientes, mulheres estridentes, adolescentes "na sua" e crianças sentados no chão. Um jovem moderno e estiloso chega ao balcão, diz para a empregada: quero uma injecção de macciato com canela por favor. Vira-se para a câmara meio gazeado. Ouve-se em OFF - geração café na veia, porque acordar sim, mas não de forma feia...
Esbofetea-se mentalmente para sair daquele transe perfeitamente idiótico e de profundidade absurda. Carrega no botão da máquina de café. Café longo. Deixa correr quase até ao fim. Nunca coloca o copo no início. Deixa correr quase a totalidade e depois mete o copo por baixo. Acrescenta água quente. Não gosta de café forte. Pode beber dois seguidos, mas não gosta. Bem...Não é tanto gosto, é mais tremedeira e electricidade de levar à náusea...
Aqueles cerca de 30 segundos... Em que o café se bebe. Rápido.
30 segundos de off. Um off que gostaria de ver prolongado. Um off que pudesse ter. Mas logo de imediato lhe relembram "não está fácil". Aguenta. Tem de aguentar. Ainda que no máximo de esforço. Pensa novamente na cafeína. Talvez invente um mecanismo e registe a patente.
Café pra veia, só naquela...Porque é segunda...feia...."
Brainworm
Despertara ao som de um relógio estridente, pior que a corneta de um qualquer quartel militar de filmes de anos 70. Uma imagem exagerada de certo, mas a violência deste acordar autómato não se adequa a paninhos quentes. Ou a floreados. E muito menos açúcar. A não ser que seja no café. Doses absurdas de cafeína. Com açúcar. Meio pacote. Mas sempre com açúcar. O moer do café na máquina... Bem que se podia inventar cafeína a ser administrada de forma intravenosa, pensava. Mandar pra veia logo de manhã, assim é que é. Imaginava um anúncio para esse novo sistema. Um jingle bem piroso, uma fila enorme junto a um balcão... Homens impacientes, mulheres estridentes, adolescentes "na sua" e crianças sentados no chão. Um jovem moderno e estiloso chega ao balcão, diz para a empregada: quero uma injecção de macciato com canela por favor. Vira-se para a câmara meio gazeado. Ouve-se em OFF - geração café na veia, porque acordar sim, mas não de forma feia...
Esbofetea-se mentalmente para sair daquele transe perfeitamente idiótico e de profundidade absurda. Carrega no botão da máquina de café. Café longo. Deixa correr quase até ao fim. Nunca coloca o copo no início. Deixa correr quase a totalidade e depois mete o copo por baixo. Acrescenta água quente. Não gosta de café forte. Pode beber dois seguidos, mas não gosta. Bem...Não é tanto gosto, é mais tremedeira e electricidade de levar à náusea...
Aqueles cerca de 30 segundos... Em que o café se bebe. Rápido.
30 segundos de off. Um off que gostaria de ver prolongado. Um off que pudesse ter. Mas logo de imediato lhe relembram "não está fácil". Aguenta. Tem de aguentar. Ainda que no máximo de esforço. Pensa novamente na cafeína. Talvez invente um mecanismo e registe a patente.
Café pra veia, só naquela...Porque é segunda...feia...."
Brainworm
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