Ao longe...
"De noite as luzes dos candeeiros da cidade estão coreografadas ao ponto de deixaram, à nossa passagem por elas, arrastos. Não se arrastam, mas arrastam-nos com elas. Em fios de luz apenas captados em fotografia. O gesto tantas vezes repetido de fechar a porta à chave tinha ganho um novo sentido. Sentia o meu próprio mundo fechar-se sobre si mesmo. Um borrão de tinta, essa seria a imagem mais adequada a mim. Imagem inquisitiva em que certamente poderiam ser vistos inúmeros pormenores, mas escapando a todos o seu sentido. A proximidade da pele deixara apenas o leve aroma. Via-me junto ao rio, à espera de uma barca. Sem reparar a barca já me tinha encorpado e estava agora algures à deriva no meio do intenso nevoeiro. Saudade idiota. Ou talvez não. Basta apenas um leve acenar para despertar a importância de uma proximidade cada vez mais forte. Ao longe o farol roda. A barca lá está. A chave fecha-se na porta. Será que me encerro? Tal qual gruta de palavras perdidas?
Um som: o do silêncio do meu vazio, sentido. Próprio mundo de ginástica adiada. Palavras soltas e absortas circulando mentalmente a velocidade exasperante... Sistema de evacuação entupido... Sensação diminuta... Fraqueza humana...
fragile as a wild flower...numa encubadora...perdida está, autora..."
Um som: o do silêncio do meu vazio, sentido. Próprio mundo de ginástica adiada. Palavras soltas e absortas circulando mentalmente a velocidade exasperante... Sistema de evacuação entupido... Sensação diminuta... Fraqueza humana...
fragile as a wild flower...numa encubadora...perdida está, autora..."
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