Tuesday, November 21, 2006



How Soon Is Now?

Uma canção de sensações, de formas de sentir. Uma introdução. Uma pequena
estória cronometrada.

"Falavas de intensidade, ou não era bem isso? Não sei, tenho fraca memória para palavras. A minha memória é feita de sentidos. Um cheiro, um paladar…
Sensações que me tocam. As palavras perdem-se no meio desse marinar de sentidos. Se calhar fui eu. Se calhar sou eu que sinto tudo com intensidade e perco-me. Fico sem referência geográfica. Fico sem norte. A minha bússola indica todas as outras direcções menos o norte. Faz sentido. O norte não pode ser indicado, apenas sentido. É aí que mora a minha intensidade, no sentir. Talvez por isso perca a direcção de um norte. Anulam-se um ao outro. Se sinto tudo com intensidade e o norte só pode ser sentido? Anulam-se.
O norte perde-se nesse espaço de grandeza. Procuro refúgio no tempo, numa ampulheta de mais do que 3 segundos. Porquê 3 segundos? Não sei. Talvez seja o espaço de tempo para perceber que erro. Erro na minha forma de sentir. Ou talvez seja a força de uns míseros 3 segundos que me faz sentir assim: intensamente.

Não é fácil gerir esse espaço. Sobretudo quando não se sabe o que o outro sente ou melhor quando se sabe que o outro tem uma ampulheta diferente. Diferente não por anatomia mas por temporalidade. Demora mais tempo a sentir com intensidade. Como gerir um tempo que não é meu nem é de outro, mas que é de uma força de sentir? 3 segundos. 3 segundos apenas. 1…2…3…e pronto nasce a intensidade. Resta-me o silêncio. Não falo. Não escrevo. Sinto. Pequenas doses, separadas, fragmentadas. É assim que a areia desliza na minha ampulheta. Descompassada com a tua certamente. O problema é meu. Nasci com um cronómetro de ordem decrescente. De apenas 3 segundos. Será preciso mais tempo? Não sei. "
V

How soon is now? You shut your mouth, how can you say I go about things the wrong way...

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