Wednesday, May 28, 2008

why so serious???

"You are not your job.

You are not how much you have in the bank.

You are not the contents of your wallet.

You are not your khakis.

You are not a beautiful and unique snowflake.

What happens first is you can't sleep. What happens then is there's a gun in your mouth. And what happens next is you meet Tyler Durden. Let me tell you about Tyler. He had a plan. In Tyler we trusted. Tyler says the things you own, end up owning you. It's only after you've lost everything that you're free to do anything..."

in Fight Club

by Chuck Palahniuk

Sunday, May 18, 2008

durante o son(h)o...

"Tinha medo de adormecer. Assim que fechava os olhos, passado o tempo necessário para entrar na fase R.E.M, cenários distantes, cortinas de cor imperceptível, vozes ausentes, a seus espectadores olhos, se revelavam. Apenas conseguia sentir o aperto no peito que a sufocava, no son(h)o. A insegurança que a perseguia, qual Freddy Krueger e sua ameaçadora garra, desferia-lhe a tentativa de descanso, que era cada vez mais difícil de conseguir.
No imaginário morfeico, tudo parecia de uma realidade incontornável, o amor que vira desaparecer por não saber receber essa dádiva, por se fechar sobre si por medo de perdê-lo: eterno paradoxo entre não se achar merecedora, dificultando qualquer aproximação, e amar como sabia: desmesuradamente. As medidas sempre as havia associado à culinária, uma utilidade. Os seus sentimentos, impossíveis de medir... E frequentemente, incapazes de qualquer controle. A impulsividade corroia-lhe os nervos.

Ali, tudo lhe escapava por entre os dedos, mesmo a única coisa que resultava na sua vida... Corria... Continuava a correr... Debatia-se. Não podia fugir. Porque não se foge assim...
Nunca fugira de nada, a não ser dos seus demónios, que a atormentavam com ferocidade indomável, por vezes. Degladiava-se com a dor aguda que naquele instante lhe atravessava o coração. Sabia que o medo era o seu maior inimigo, e talvez por isso os demónios, no escuro, se alimentassem dele, qual Grinch e o espírito anti-natal...
Tinha medo, sim...
Mas gostava que se diluisse...

As cortinas corriam, com vida própria, as vozes sussurravam... Um som agudo feria-lhe os ouvidos...

O despertador...

Acorda. O coração ofegante, a respiração de batimento pesado. Não queria voltar a adormecer. Mas não podia escapar ao son(h)o... "

Vesper E

Wednesday, May 07, 2008

Miolos...


"Sentia o peso do mundo no peito. Esse globo imenso, em toda a sua plenitude, com continentes e oceanos em toda a sua extensão, acentava-lhe no peito. Pressionava-lhe as costelas contra os pulmões. Parecia deixar de respirar. Os intervalos entre o inspirar e o expirar encurtavam-se ao milésimo de segundo. Nem a violenta vontade de um grito conseguia vergar a força desse peso, da sua pressão. O sono era-lhe roubado pela agonia. Tinha medo. Tão simplesmente. O peso que suportava parecia querer rebentar-lhe o peito. As costelas perfurando a carne, procurando um pequeno sopro de ar cá fora. Pensamentos atrozes circulavam que nem ténias no cérebro, que aos poucos perdia a agilidade e se transformava em miolos. Isso, miolos. Faziam-lhe falta, pelo menos assim o pensava. Sentia tudo em ebulição: o medo, a respiração ofegante, esse peso que continuava no peito. Queria fugir. Meter um atestado de insanidade. Mas ninguém o pode fazer ou pode? Recordava como eram tratados os loucos no inicio do século xx, esses freaks, pequenos anormais que fugiam, há demasia. E ainda bem.
Choque eléctrico atrás de choque eléctrico ou lobotomias mal executadas e de carácter puramente instrumental e mal instrumentado, para retirar esses pedaços de loucura feitos de miolos.
Estava a atingir um limite - um surto de insanidade. Começar? Quando? A que horas? Picar o Ponto? Sair, voltar. Dormir.Não dormir. Acordar. Começar de novo? Quando? E novamente a que horas? Picar o ponto? Outra vez? Responsabilidades. Medo. Não dormir. Acordar. Dormir. Não dormir.
O peso no peito. Não respirar. Pânico. E agora?
Conhecia o peso da responsabilidade diária... Apenas esperava conseguir suportá-lo tempo suficiente para não lhe esmagar o peito, nem lhe fazer o cérebro em miolos mexidos.
Talvez alguém ainda os achasse apetitosos, pensava. A inteligência frita dizem, com sal, é melhor que óleo de fígado de bacalhau... Faz bem à memória, dizem...

Nota ao próprio: deixar de ler posologias de ervanária."

Brainworm

Friday, May 02, 2008

my fickle finger...